NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O presidente do Irã, Hassan Rouhani, não deixou claro se o governo iraniano está disposto a fazer concessões nas negociações nucleares com seis potências durante encontro com seu homólogo francês, François Hollande, disse o ministro das Relações Exteriores da França nesta sexta-feira.
Falando a repórteres na Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, Laurent Fabius declarou ainda ter havido algum progresso nas negociações em andamento na cidade suíça de Lausanne, mas alertou que a prioridade é obter as condições certas para um acordo robusto, e não cumprir o prazo do dia 31 de março para selá-lo.
A conversa de quinta-feira, um contato raro entre Paris e Teerã, aconteceu dias depois de autoridades familiarizadas com as negociações declararem que a França estava exigindo condições mais rígidas do que seus aliados ocidentais para qualquer acordo futuro, mediante o qual o Irã frearia suas atividades nucleares mais sensíveis em troca do fim das sanções.
Quando indagado sobre a conversa dos dois presidentes, Fabius disse que Rouhani "não foi muito preciso" na questão das possíveis concessões do lado iraniano. Fabius, que chega a Lausanne no sábado, acrescentou que "é preciso haver novos esforços de nossos parceiros iranianos".
"Houve algum progresso, mas há coisas que ainda não foram solucionadas", explicou, sem querer entrar em detalhes.
Estados Unidos, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Rússia e China de um lado, e o Irã de outro, estão pressionando uns aos outros para obter concessões nesta sexta-feira antes do prazo acordado para um acordo nuclear preliminar, que estabeleceria os fundamentos para um pacto definitivo até 30 de junho.
Teerã exige a suspensão imediata das sanções e liberdade para levar adiante suas pesquisas atômicas sigilosas, disseram autoridades.
"Temos dois prazos, março e o fim de junho, mas o importante é o conteúdo, não o prazo", disse Fabius.
Quando indagado se a data de 31 de março pode ser adiada em alguns dias, ele respondeu: "Seria melhor ter uma solução. Veremos, depende do conteúdo".
(Por Michelle Nichols)