Por Ahmed Rasheed
BAGDÁ (Reuters) - O presidente do Irã, Hassan Rouhani, criticou a intervenção militar dos Estados Unidos no Oriente Médio nesta segunda-feira, quando iniciou sua primeira visita oficial ao Iraque com o objetivo de fortalecer a influência de Teerã e ampliar os laços comerciais para contrabalançar a reativação das sanções dos EUA.
Sua visita também sinalizou a Washington e a aliados do Golfo Pérsico que, mesmo perante as sanções norte-americanas retomadas na esteira da saída dos EUA de um acordo nuclear de potências mundiais com o Irã, Teerã ainda tem um papel predominante na política iraquiana.
Antes de partir, Rouhani disse que seu país muçulmano xiita está determinado a estreitar os laços com seu vizinho árabe de liderança sunita, noticiou a televisão estatal iraniana nesta segunda-feira.
Estes laços "não podem ser comparados com as relações do Iraque com um país ocupante como a América, que é odiada na região", disse Rouhani antes de voar a Bagdá, segundo citação da agência de notícias semioficial Mehr. "Não se pode esquecer as bombas que os americanos lançaram no Iraque, na Síria e em outros países regionais".
Durante a visita de três dias de Rouhani uma série de acordos de energia, transporte, agricultura, indústria e saúde serão assinados, informou a agência de notícias estatal iraniana Irna.
"Temos as condições certas para uma cooperação em todas as áreas, incluindo comércio e investimento... energia, eletricidade e gás, laços bancários e cooperação em estradas e ferrovias", disse Rouhani aos jornalistas depois de se encontrar com o presidente iraquiano, Barham Salih.
"O Iraque é um Estado importante na região, e pode desempenhar um papel maior no provimento de segurança", afirmou, sem dar detalhes.