Por Roberta Rampton
OTTAWA (Reuters) - O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, que comparou anteriormente Donald Trump, provável candidato republicano a presidente dos Estados Unidos, a Adolf Hitler e Benito Mussolini, disse nesta quarta-feira que somente havia feito o comentário como um lembrete da devastação causada no passado.
Falando à imprensa ao lado do presidente dos EUA, Barack Obama, e do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, que se reuniram em Ottawa para a cúpula dos “Three Amigos”, Peña Nieto alertou sobre os perigos do populismo num mundo globalizado.
"Hitler, Mussolini, nós todos conhecemos o resultado”, disse ele, quando perguntado sobre a comparação. “Foi somente um chamado para reflexão e reconhecimento, para que tenhamos em mente o que alcançamos e o tanto que temos para alcançar.”
O provável candidato republicano nas eleições presidenciais de 8 de novembro, Trump provocou a ira no México com a sua promessa de campanha de construir um muro na fronteira ao sul dos EUA para manter imigrantes ilegais e drogas fora do país e de fazer o México pagar pela obra.
Em março, Peña Nieto comparou o “tom estridente” de Trump à ascensão de ditadores como Hitler e Mussolini, atacando o “populismo” da campanha de Trump, que, segundo ele, buscava dar soluções simples para problemas complicados.
"Em diferentes lugares nós vemos atores e líderes políticos que adotam posições populistas e demagógicas e tentam eliminar ou destruir o que levou décadas para construir”, declarou Peña Nieto nesta quarta.
Trump promete renegociar ou terminar com o Acordo de Livre Comércio Norte-Americano, o Nafta, caso se torne presidente.
"Isolamento não é o caminho, a integração é”, afirmou Peña Nieto, repetindo que o México vai trabalhar com qualquer um que se tornar presidente dos EUA.
(Reportagem adicional de Simon Gardner e David Alire Garcia)