CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O presidente do México, Andrés Manuel Lopez Obrador, e sua sucessora eleita defenderam nesta segunda-feira o plano de reforma do judiciário, dizendo que as críticas do embaixador dos Estados Unidos eram uma interferência nos assuntos domésticos mexicanos.
A expectativa era de que um comitê na Câmara dos Deputados do México analisasse ainda nesta segunda-feira o plano, que inclui a eleição de juízes por voto popular. Se aprovada, a proposta avançaria para um debate no plenário, possivelmente no início de setembro.
Questionado em uma coletiva de imprensa se ele achava que os Estados Unidos estavam interferindo nos assuntos internos do México, López Obrador disse que sim.
Na quinta-feira, o embaixador dos EUA, Ken Salazar, classificou a reforma judicial como uma ameaça à democracia mexicana, argumentando que isso exporia o Judiciário à influência do crime organizado e colocaria em risco a relação comercial entre EUA e México.
Os Estados Unidos e o México são os maiores parceiros comerciais um do outro, e os EUA têm cada vez mais aberto fábricas no país vizinho, buscando aproximar suas cadeias de logística da China para mais perto de casa.
Na segunda-feira, López Obrador enfatizou a necessidade de respeitar a soberania das nações, ao mesmo tempo em que assegurou que as relações permanecem amigáveis com Salazar e com o presidente dos EUA, Joe Biden.