CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O México fez um apelo ao novo governo conservador da Bolívia a respeitar seu direito de conceder asilo a nove pessoas em sua embaixada em La Paz nesta sexta-feira, dias depois de se queixar de que a vigilância do governo boliviano na instalação se tornou excessiva.
"O direito de asilo precisa ser garantido", disse o presidente mexicano de esquerda, Andrés Manuel López Obrador, quando indagado sobre o desentendimento em uma coletiva de imprensa de rotina.
Na quinta-feira, o México disse que está pedindo ao Tribunal Internacional de Justiça para mediar a disputa, que esfriou as relações entre os dois países latino-americanos.
O governo da Bolívia, comandado pela presidente interina Jeanine Añez, uma ex-senadora, tomou posse no mês passado depois que o presidente de esquerda de longa data Evo Morales renunciou e fugiu para o México.
Morales saiu pressionado pelas Forças Armadas bolivianas depois de uma eleição presidencial que a Organização dos Estados Americanos (OEA) disse ter sido fraudada a seu favor.
Ele logo aceitou uma oferta de asilo político do México, causando tensão nos laços entre o México e o governo liderado por Añez, uma oponente de Morales.
De acordo com o governo boliviano, Juan Ramon Quintana, um ex-assessor sênior de Morales, é uma das nove pessoas que se asilaram na embaixada mexicana.
O governo boliviano não identificou todas as nove pessoas dentro da representação. Aquelas que o foram, incluindo Quintana, são aliadas de Morales procuradas pelo governo por crimes como sedição e revolta armada.
Morales deixou o México neste mês, e atualmente está na Argentina.
(Por Dave Graham; reportagem adicional de Daniel Ramos em La Paz)