Por Marco Aquino
LIMA (Reuters) - O presidente do Peru, Martín Vizcarra, negou nesta segunda-feira as acusações de que teria recebido propina de uma empreiteira que ganhou uma licitação para uma obra pública quando ele era governador, enquanto procuradores anunciaram que vão abrir uma investigação preliminar.
Vizcarra, que foi empossado presidente em 2018, teria recebido propinas no total de 1,3 milhão de soles (cerca de 363 mil dólares) entre 2014 e 2016, de acordo com uma delação que faz parte de uma investigação mais ampla conduzida por procuradores peruanos sobre empresas do setor de construção civil.
A delação foi publicada no domingo por vários veículos de imprensa.
O procurador Germán Juárez --membro da equipe que investiga o pagamento de propinas por empreiteiras peruanas e internacionais-- disse que iria investigar Vizcarra pelos "supostos crimes de suborno e conspiração", de acordo com uma carta que escreveu a seus superiores e que também foi publicada na imprensa local e vista pela Reuters.
A Reuters entrou em contato com a Procuradoria, mas as autoridades se recusaram a comentar o caso.
Vizcarra negou ter recebido os pagamentos, embora tenha confirmado que a empresa de construção recebeu um contrato governamental enquanto era governador. Em uma entrevista televisionada no domingo, ele classificou as acusações contra ele como mais uma de uma série de iniciativas para derrubar o seu governo.
"Em cada um desses atos eu mostrei honestidade e franqueza", disse Vizcarra nesta segunda-feira, em uma outra entrevista à estação de rádio local Santa Rosa.
De acordo com a acusação, Vizcarra teria recebido o suborno em seis partes entre 2014 e 2016, após a empresa vencer a licitação em 2013.