Por Ju-min Park
SEUL (Reuters) - A presidente sul-coreana, Park Geun-hye, disse nesta segunda-feira estar disposta a realizar uma reunião de cúpula com o líder norte-coreano Kim Jong-un, sem qualquer pré-condição, mas enfatizou que o país ainda precisa manter uma lei de segurança contra o Norte.
O fim do programa nuclear da Coreia do Norte deve ser uma parte importante das discussões para a paz na península coreana, mas não é uma precondição para uma reunião de cúpula, afirmou Park em entrevista transmitida pela TV.
"Minha posição é que, para aliviar a dor da divisão e conseguir a unificação pacífica, estou disposta a reunir-me com qualquer um", disse Park. "Se for útil, estou aberta para uma reunião de cúpula com o Norte. Não há precondição."
Não há nenhum sinal de qualquer plano concreto para uma reunião entre os dois líderes. Os presidentes das Coreias do Norte e do Sul se encontraram apenas duas vezes desde que a península foi dividida no final da Segunda Guerra Mundial.
Os dois lados ainda estão tecnicamente em guerra desde a Guerra da Coreia (1950-1953), que terminou com uma trégua, e não um tratado de paz. Mais de 1,8 milhão de soldados estão destacados em ambos os lados da fronteira, uma das mais fortificadas do mundo.
Park também disse na entrevista coletiva que uma lei anti-Norte, a Lei de Segurança Nacional, continua a ser necessária no Sul.
"Precisamos de um mínimo de leis para garantir a segurança neste país, já que permanecemos em um impasse com o Norte, e a lei é aplicada de acordo com isso", disse.
Shin Eun-mi, um norte-americano nascido na Coreia do Sul que viajou no ano passado ao país como turista, foi deportado no sábado para os Estados Unidos com base nessa lei por fazer comentários positivos sobre o Norte.
A primeira cúpula entre as Coreias, em 2000, entre o então presidente sul-coreano Kim Dae-jung e o então líder norte-coreano Kim Jong-Il, levou a um período de rápida expansão nas relações, incluindo a abertura de um parque fabril no Norte montado por empresas do Sul e um projeto turístico.
O ex-presidente sul-coreano Roh Moo-hyun se encontrou com Kim sete anos mais tarde e os dois prometeram uma maior cooperação, mas a maior parte dos projetos ambiciosos discutidos na época permanecem no papel e, em vez do avanço, seguiu-se um período de tensão durante o mandato do sucessor de Roh, Lee Myung-bak.
Um navio da Marinha sul-coreana foi torpedeado em 2010, o que causou a morte de 46 marinheiros --um ataque que Seul atribuiu ao Norte, embora o governo norte-coreano tenha negado a acusação. A Coreia do Norte bombardeou uma ilha sul-coreana, no mesmo ano, matando quatro pessoas.
Os ataques levaram a pesadas sanções por parte do Sul, que suspendeu a maioria dos contatos bilaterais.
A presidente sul-coreana fez os comentários sobre a cúpula porque o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, disse em um discurso de Ano Novo: "Se houver atmosfera e ambiente, não há nenhuma razão para não realizar uma cúpula de alto nível."
No entanto, a Coreia do Norte envia repetidamente sinais contraditórios.
(Reportagem adicional de Sohee Kim; Reportagem de Jack Kim) 2015-01-12T122709Z_1006940001_LYNXMPEB0B0IE_RTROPTP_1_MUNDO-COREIAS-REUNIAO.JPG