Por Gopal Sharma
KATHMANDU (Thomson Reuters Foundation) - Quando Angel Lama desfilar pela passarela nas finais do Miss Universo Nepal na quarta-feira, ela fará história como a primeira mulher transgênero a ser finalista no evento anual mais glamoroso do país da região do Himalaia.
O Nepal está entre os poucos países do mundo que aceita competidores trans em seus concursos nacionais e apenas o terceiro na Ásia, depois de Mianmar e Mongólia, de acordo com ativistas LGBT+.
A medida ocorre após a nova gestão ter flexibilizado os critérios de altura, peso e aparência, e permitido a participação de qualquer "mulher arrojada, bonita e confiante" entre 18 e 28 anos.
"Vim ao Miss Universo Nepal para mostrar a diversidade das pessoas na sociedade", disse Lama, de 21 anos, que competirá contra 17 outras finalistas, à Thomson Reuters Foundation.
"Se eu subir no palco e mostrar isso, será a maior coroa de todos os tempos."
A maioria hindu do Nepal tem aceitado mais as pessoas LGBT+ desde que uma insurgência maoísta de uma década terminou em 2006 e a monarquia feudal foi abolida dois anos depois. Em 2008, um parlamentar assumidamente gay foi eleito.
Para Nagma Shrestha, diretora nacional da organização Miss Universo Nepal, "todos são iguais, qualquer que seja sua orientação sexual".
"Se elas dizem que são mulheres, são mulheres e devem ser tratadas como mulheres", disse Shrestha, 29, que foi a primeira Miss Nepal a representar seu país no concurso de Miss Universo em 2017.