Por Kate Kelland
LONDRES (Reuters) - A primeira vacina do mundo contra a malária recebeu luz verde nesta sexta-feira do órgão regulador europeu de medicamentos, que a considerou segura e eficaz para ser usada em bebês na África em áreas de risco da doença transmitida por mosquitos.
A dose, chamada Mosquirix e desenvolvida pela farmacêutica britânica GlaxoSmithKline e a PATH Malaria Vaccine Initiative, pode se tornar a primeira vacina humana licenciada contra essa doença parasitária e ajudar a evitar milhões de casos da malária, que mata muita gente nos países onde é endêmica.
A vacinda ainda enfrenta obstáculos antes de ser lançada na África, com o aval de governos e outros financiadores, pois oferece apenas uma proteção parcial.
A Mosquirix, também conhecida como RTS,S e cofinanciada pela Fundação Bill & Melinda Gates, será agora estudada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que informou nesta sexta-feira que iria começar uma avaliação em outubro sobre quando e onde a vacina poderia ser usada. A OMS tem como objetivo fazer uma recomendação em novembro.
"Vamos olhar para a vacina a partir do ponto de vista da saúde pública", disse o porta-voz da OMS Gregory Hartl. "Precisamos pensar atentamente sobre a melhor forma de acrescentar -e se a acrescentar- uma vacina contra a malária em certas áreas onde a malária é endêmica."
A malária é uma das maiores causas de morte de crianças no mundo, pois a cada minuto uma criança morre da doença. A enfermidade infecta cerca de 200 milhões de pessoas por ano e matou cerca de 584.000 em 2013, na grande maioria bebês na África Subsaariana.
Andrew Witty, CEO da GSK, disse que a opinião favorável da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) foi um passo importante no sentido de tornar a vacina a primeira disponível no mundo contra a malária.
"Embora a RTS,S por si só não seja a resposta completa à malária, o seu uso junto com outras medidas, como mosquiteiros e inseticidas, daria uma contribuição muito significativa para controlar o impacto da malária em crianças nessas comunidades africanas que mais precisam dela", disse.