LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra britânica, Theresa May, demissionária, pedirá que seu sucessor fortaleça os laços entre Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, numa crítica velada aos companheiros de partido que prefeririam o Brexit à união entre os países do reino.
Ambos os candidatos à substituir May, o ex-prefeito de Londres Boris Johnson e o ministro de Relações Exteriores Jeremy Hunt, dizem que querem fortalecer a união entre as quatro nações que integram o Reino Unido.
Mas os dois também estão dispostos a tirar o país da União Europeia sem acordo, caso um entendimento não seja alcançado com o bloco, resultado que, segundo outros ministros, poderia favorecer a independência da Escócia.
Em discurso na Escócia nos últimos dias de seu mandato, May marcará os 20 anos da devolução da Escócia, Gales e Irlanda do Norte dizendo que acredita que seu sucessor trabalhará para fortalecer os laços entre os países da união.
"O cargo de primeiro-ministro do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte traz privilégios e responsabilidades que você só sente quando a porta preta fecha atrás de você", dirá May, em referência à porta de sua residência oficial de Downing Street.
"Uma das primeiras e maiores é a obrigação em fortalecer a União - governar em nome de todo o Reino Unido", dirá May, de acordo com trechos de seu discurso liberados por seu gabinete.
O sucessor de May assumirá o cargo ainda neste mês e sua primeira tarefa será tentar quebrar o impasse no parlamento sobre o Brexit e terminar a incerteza sobre se, quando e como o Reino Unido deixará a UE.
Johnson e Hunt já disseram que querem assegurar um acordo com a UE para conseguir um Brexit mais suave e minimizar os transtornos para empresas.
Pedidos por um novo referendo de independência da Escócia cresceram desde o plebiscito do Brexit. A Escócia rejeitou sua independência com uma maioria de 55% a 45% por cento em um referendo em 2014.
(Reportagem de Elizabeth Piper)