SEUL (Reuters) - Procuradores da Coreia do Sul irão intimar a ex-presidente Park Geun-hye a depor como suspeita de um caso de corrupção que causou seu impeachment, disse uma autoridade da procuradoria nesta terça-feira, em meio a uma crise política que vem abalando o país há meses.
A procuradoria irá notificar Park na quarta-feira, quando será convocada e não poderá negociar a ocasião do depoimento, disse o funcionário, que não quis se identificar.
Não houve nenhum comentário imediato da ex-líder, e seus representantes legais não estavam disponíveis para comentar.
A Corte Constitucional afastou Park do cargo na sexta-feira, quando chancelou uma votação de impedimento do parlamento provocada por um escândalo de tráfico de influência que abalou a elite política e empresarial. Park, que se tornou a primeira presidente eleita democraticamente a ser removida do cargo, nega qualquer transgressão.
A ex-líder deixou a residência presidencial do Palácio Azul, em Seul, na noite de domingo e voltou à sua casa particular na capital como cidadã comum, destituída da imunidade presidencial que a blindava de um processo.
Park disse, por meio de um porta-voz, que lamenta não ter conseguido completar seu mandato, mas acrescentou que a verdade será revelada, adotando um tom desafiador mesmo diante da perspectiva de enfrentar uma investigação.
Uma equipe especial de procuradores já havia acusado Park de se aliar com uma amiga, Choi Soon-sil, para pressionar conglomerados a contribuírem para fundações criadas para apoiar suas políticas.
Tanto Park quanto Choi negou qualquer irregularidade, e quando ainda ocupava a presidência Park se recusou a responder a perguntas dos procuradores.
(Por Ju-min Park, Christine Kim e Se Young Lee)