Por Hyonhee Shin
SEUL (Reuters) - Procuradores da Coreia do Sul pediram nesta terça-feira pena de prisão de 30 anos para a ex-presidente Park Geun-hye, que sofreu um impeachment no ano passado em meio a um escândalo de tráfico de influência, enquanto apoiadores enfrentaram o frio do inverno diante do tribunal de Seul exigindo sua libertação imediata.
Park, de 66 anos, deixou o cargo em março e está sendo julgada devido a acusações de suborno, abuso de poder e coerção em um caso que abalou a elite empresarial e política do país. Ela nega qualquer irregularidade.
A recomendação da procuradoria veio duas semanas depois de Choi Soon-sil, amiga de longa data de Park que esteve no centro do escândalo, ser presa por 20 anos por aceitar subornos dos "chaebol", ou conglomerados, inclusive da Samsung, potência do setor de eletrônicos, e da Lotte, gigante atacadista.
Os procuradores também estão pedindo uma multa equivalente a 127,1 milhões de dólares para Park, que está detida desde 31 de março do ano passado.
Park Seung-gil, advogado que representa a ex-presidente, pediu clemência à Corte Distrital Central de Seul, dizendo que sua cliente deu o melhor de si comandando o país "dia e noite".
O julgamento de Park começou em maio, e um veredicto é esperado antes de abril. O caso chamou atenção para os laços íntimos entre os líderes políticos sul-coreanos e seu maior conglomerado, a assim chamada "República da Samsung".
"(Park) provocou uma crise nacional deixando uma pessoa que jamais se envolveu na administração estatal comandar o país", disse um procurador. "Ela e Choi receberam dezenas de bilhões de won (a moeda local) em subornos, e mesmo assim negaram seus crimes e obstruíram os esforços para se estabelecer a verdade".
A aceitação de suborno pode incorrer até em prisão perpétua.
Centenas de apoiadores se reuniram diante do tribunal proclamando a inocência de Park. "Libertem nossa presidente imediatamente", bradavam.
(Reportagem adicional de Christine Kim)