Por Joseph Nasr
BERLIM (Reuters) - Procuradores da Alemanha solicitaram um mandado de prisão contra um iraquiano de 26 anos detido após um ataque ao ônibus que transportava jogadores de um dos principais times de futebol da Alemanha, e disseram nesta quinta-feira que acreditam que o suspeito era membro do Estado Islâmico.
A Procuradoria Federal acrescentou não haver provas de que o homem, que foi identificado como Abdul Beset A. e chegou ao país via Turquia no início de 2016, participou do ataque na cidade de Dortmund.
Três explosões ocorreram quando o ônibus do Borussia Dortmund seguia para o estádio do time para uma partida da Liga dos Campeões contra o Mônaco na terça-feira, ferindo o zagueiro da seleção espanhola Marc Bartra e adiando a disputa em um dia.
O suspeito irá comparecer diante de um juiz que irá decidir se aprova ou não o mandado de prisão dos procuradores, o que permitiria que ele ficasse detido mais do que 24 horas.
"As investigações, até agora, não resultaram em nenhum indício de que o suspeito participou do ataque", informou a Procuradoria em um comunicado.
A Procuradoria acrescentou que o homem era membro do Estado Islâmico no Iraque, onde liderou uma unidade de comando de 10 homens que se envolveu em sequestros, contrabando, extorsão e assassinatos. O grupo jihadista controla partes do Iraque e da Síria.
O jornal Bild disse nesta quinta-feira que detonadores militares foram usados para acionar os três artefatos explosivos, provavelmente à distância, usando telefones celulares.
Três cartas idênticas impressas em alemão e encontradas perto do local do atentado em Dortmund, cidade do oeste do país, levam a crer em uma possível motivação islâmica para a ação.
Uma das cartas, publicada pelo Bild, começa com a frase islâmica "Em nome de Deus, o Mais Gracioso, o Mais Misericordioso" e exige a retirada de aviões de reconhecimento alemães da Síria e o fechamento da base militar norte-americana em Ramstein, no oeste alemão.
"Neste momento, todos os atores, cantores, atletas infiéis e todas as personalidades proeminentes da Alemanha e de outras nações de cruzados estão em uma lista de morte do Estado Islâmico", diz a carta.
Segundo o Bild, os procuradores também estão investigando dois suspeitos adicionais no ataque, um simpatizante neonazista e um integrante de um grupo radical de esquerda.
(Reportagem adicional de Rene Wagner)