MADRI (Reuters) - A Procuradoria-Geral da Espanha recomendou nesta segunda-feira a libertação do líder separatista catalão Oriol Junqueras da prisão, no que foi amplamente visto como um gesto de boa vontade política, num momento em que o Partido Socialista busca apoio para formar um governo.
O gabinete da procuradoria pediu à Suprema Corte que deixe Junqueras ir a Bruxelas para tomar seu lugar como membro do Parlamento europeu. Ele foi condenado em outubro a 13 anos de prisão por seu papel em uma tentativa fracassada de independência da Catalunha em 2017.
O principal tribunal da União Europeia disse neste mês que Junqueras tinha direito a imunidade como parlamentar da UE. Espera-se que a Suprema Corte espanhola tome uma decisão nas próximas semanas.
A posição da procuradoria foi amplamente antecipada, já que os socialistas tentam convencer o partido de Junqueras, Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), a apoiar um governo liderado pelos socialistas, abstendo-se em uma votação parlamentar para confirmar o primeiro-ministro em exercício Pedro Sánchez como primeiro-ministro.
A Espanha está em um impasse político e sem um governo regular há muitos meses após duas eleições inconclusivas este ano.
A porta-voz parlamentar do ERC, Marta Vilalta, disse que considerava as negociações com os socialistas uma "oportunidade para o separatismo catalão", mas qualquer decisão sobre facilitar a confirmação de Sánchez dependerá do órgão controlador do partido, que deve se reunir em 2 de janeiro.
"É hora de colocar nas mãos do Conselho Nacional (do ERC) a decisão sobre se a proposta que recebemos é suficiente para nos abstermos na votação", acrescentou.
Junqueras foi eleito para o Parlamento Europeu em maio enquanto estava na prisão aguardando o veredicto de seu caso.
(Reportagem de Belen Carreno, Inti Landauro, Joan Faus e José Elias Rodríguez)