Por Karen Freifeld e Jonathan Allen
NOVA YORK (Reuters) - O produtor de cinema Harvey Weinstein deverá se entregar à polícia de Nova York na sexta-feira, meses após ser derrubado do ranking dos mais poderosos de Hollywood por uma série de mulheres que o acusaram de assédio sexual, disse uma pessoa familiarizada com o caso.
A porta-voz Juda Engelmayer e o advogado de Weinstein Benjamin Brafman não quiseram comentar. A eventual rendição de Weinstein, que foi primeiro reportada pelo New York Daily News, ocorre após meses de investigação, incluindo pelo gabinete do promotor do distrito de Manhattan.
Uma pessoa familiarizada com o caso confirmou à Reuters o conteúdo da reportagem sob condição de anonimato. O New York Times e outros veículos de notícias também reportaram que Weinstein deverá se entregar.
Mais de 70 mulheres acusaram o co-fundador do estúdio Miramax e do The Weinstein Co de má conduta sexual, incluindo estupro, alegações que motivaram o movimento #MeToo, sob o qual centenas de mulheres acusaram publicamente homens poderosos de negócios, do governo e da indústria de entretenimento.
Weinstein nega ter tido relações sexuais não consensuais com qualquer pessoa.
O produtor será julgado por uma alegação de ao menos uma pessoa, Lucia Evans, um ex-aspirante a atriz que contou ao New Yorker que Weinstein a obrigou a fazer sexo oral nele em 2004, informaram o New York Daily News e o New York Times. A exata natureza das acusações feitas pelo gabinete do promotor público do distrito de Manhattan não estava clara até a tarde desta quinta-feira.
O Departamento de Polícia de Nova York e o gabinete do promotor do distrito de Manhattan não quiseram confirmar as reportagens.
Desde que as acusações vieram à tona, pesos pesados da indústria de entretenimento se distanciaram de Weinstein, que já foi um dia um dos homens mais poderosos de Hollywood. O conselho da Weinstein Co o demitiu e a companhia entrou com pedido de falência em março. Em 2017, ele foi expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que apresenta o Oscar.
Uma ex-figura proeminente nos círculos da elite do entretenimento de Manhattan e Los Angeles, Weinstein tem desde então passado tempo em Scottsdale, no Arizona, onde o New York Times diz que ele está buscando tratamento para seu vício em sexo.
(Reportagem de Jonathan Allen, Dan Trotta, Karen Freifeld e Peter Szekely em Nova York e Jill Serjeant em Los Angeles)