Por Brendan O'Brien
KENOSHA, Wisconsin, EUA (Reuters) - Procuradores norte-americanos liberaram um policial branco da acusação de ter atirado no cidadão negro Jacob Blake na cidade de Kenosha, no Wisconsin, em um incidente que provocou violentos protestos de rua e inflamou as tensões raciais nos Estados Unidos.
O promotor distrital do Condado de Kenosha Michael Graveley concluiu que o policial Rusten Sheskey agiu em legítima defesa e afirmou que não imputaria quaisquer acusações em ligação com o incidente.
A decisão de não processar legalmente Sheskey ou qualquer um dos dois outros policiais na cena pode provocar novas manifestações, como têm acontecido nos Estados Unidos nos últimos anos após agentes de segurança serem inocentados em casos de violência policial contra negros.
Durante uma intervenção policial em uma disputa doméstica que foi registrada em vídeo por celular, Sheskey atirou sete vezes contra Blake pelas costas à queima roupa enquanto Blake abria a porta de seu carro. Quatro tiros atingiram Blake, que ficou paraplégico.
Autoridades dizem que Blake estava armado com uma faca e se recusou a cumprir ordens da polícia para soltá-la, o que, segundo o promotor, garante ao policial o direito de legítima defesa.
"É absolutamente incontestável que Jacob Blake estava armado com uma faca durante o episódio", disse Graveley, acrescentando que Blake havia admitido várias vezes a investigadores que tinha uma faca.
Os policiais chamados à cena souberam que havia um mandado de prisão contra Blake por violência doméstica e sexual, afirmou o promotor. A polícia tentou deter Blake e contê-lo com uma arma de choque diversas vezes, mas Blake resistiu o uso de força para evitar sua prisão, segundo o promotor.
A faca não está claramente visível no vídeo, que também começa após tentativas anteriores de prender Blake, disse Graveley.