Por Ece Toksabay
ISTAMBUL (Reuters) - Promotores turcos estão investigando por que o policial fora de serviço que matou a tiros o embaixador da Rússia na Turquia não foi capturado vivo, informou a imprensa estatal nesta quarta-feira, ao mesmo tempo que o número de pessoas presas por causa do assassinato aumentou para 11.
O embaixador Andrei Karlov foi atingido pelas costas enquanto fazia um discurso numa galeria de arte em Ancara na segunda-feira. O seu assassino foi identificado pelas autoridades turcas como Mevlut Mert Altintas, de 22 anos, que gritou “Não esqueça Aleppo” e "Allahu Akbar" (Deus é o maior) quando disparou os tiros.
Tanto a Rússia quanto a Turquia encararam o ataque como uma tentativa de arruinar a recente reaproximação dos dois após as diferenças devido à guerra civil na Síria, onde os dois países apoiam lados opostos. A guerra chegou a um momento de potencial virada na semana passada quando forças sírias com apoio russo terminaram com resistência rebelde na cidade de Aleppo no norte do país.
A Anadolu, agência estatal de notícias, afirmou que promotores estavam investigando por que as forças especiais turcas, que entraram na galeria após o assassinato, não prenderam Altintas vivo.
As indicações iniciais eram de que ele continuou a atirar contra os policiais, gritando, segundo a Anadolu: “Vocês não podem me capturar vivo!”. Os policiais atingiram Altintas nas pernas, mas ele teria continuado a responder aos tiros enquanto se arrastava no chão.
O presidente Tayyip Erdogan defendeu as ações da polícia. “Há uma especulação sobre por que ele não foi preso vivo. Olhem o que aconteceu no Besiktas quando eles tentaram capturar o agressor vivo”, disse Erdogan à imprensa, se referindo à ação com bombas neste mês do lado de fora do estádio do time de futebol Besiktas, de Istambul.
Ao todo, 44 pessoas, a maioria delas policiais, foram mortas, e mais de 150 ficaram feridas no ataque duplo a bomba, o segundo no qual um homem-bomba detona explosivos quando cercado pela polícia.