Por Andreas Rinke
BERLIM (Reuters) - Annegret Kramp-Karrenbauer, líder do União Democrata-Cristã (CDU), confirmou nesta segunda-feira que não vai disputar o cargo de chanceler da Alemanha na eleição do próximo ano, mas acrescentou que permaneceria à frente do partido até que outro candidato seja encontrado.
Protegida da chanceler Angela Merkel, Kramp-Karrenbauer estava sendo cada vez mais questionada a respeito de sua capacidade de substituir Merkel, que comanda o país há 15 anos, mas planeja sair de cena na próxima eleição federal, agendada para 2021.
Na semana passada, a incapacidade de Kramp-Karrenbauer de impor disciplina na CDU no Estado da Turíngia, no leste, foi mais um golpe em sua credibilidade.
O diretório regional da CDU a desafiou, apoiando um líder local que assumiu com ajuda do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), rompendo com o consenso pós-guerra existente entre os partidos estabelecidos para barrar a extrema-direita.
A decisão de Kramp-Karrenbauer de não concorrer ao cargo de chanceler coloca um grande ponto de interrogação na direção futura da Alemanha no momento em que sua economia, a quarta maior do mundo, flerta com a recessão e a União Europeia luta para se definir na esteira da desfiliação britânica.
Merkel ocupa papel de destaque na arena global desde 2005. Ela ajudou a UE a atravessar a crise da zona do euro e abriu as portas de sua nação a imigrantes em fuga de guerras no Oriente Médio em 2015 – uma medida que ainda divide o bloco governista e seu país.