PARIS (Reuters) - Trabalhadores que protestam contra os planos do governo de reformar o sistema previdenciário da França fecharam a maior hidrelétrica do país nesta quarta-feira, informou uma unidade da Confederação Geral do Trabalho (CGT).
A paralisação ocorreu quando sindicatos de extrema-esquerda recorreram a ações violentas para protestar contra uma reforma que, segundo eles, forçaria as pessoas a permanecerem por mais tempo no mercado de trabalho.
O presidente francês, Emmanuel Macron, manteve sua posição durante semanas de greves e marchas nas ruas, alegando que as mudanças propostas tornarão a Previdência mais simples e igualitária.
A interrupção na instalação de Grand'Maison, nos Alpes, fez com que a França precisasse importar energia na manhã desta quarta-feira, enquanto uma onda de frio tomou conta do país.
Às 06h30 do horário local, a demanda de energia era de 82,6 gigawatts, e as temperaturas abaixo de zero aumentavam as necessidades de aquecimento, enquanto a capacidade disponível era de 82,4 GW, mostraram dados operadora francesa de rede elétrica RTE.
Realizada por membros da central sindical CGT, a interrupção ocorreu apenas um dia depois que trabalhadores do mesmo sindicato cortarem a energia do maior mercado atacadista de alimentos frescos do mundo, o Rungis, nos arredores de Paris.
Macron quer otimizar o sistema previdenciário da França, em uma reforma que seria a maior do sistema desde a Segunda Guerra Mundial, e já fez algumas concessões, incluindo a idade para aposentadoria.
(Sudip Kar-Gupta e Bate Felix; reportagem adicional de Benoit van Overstraeten e Forrest Crellin)