Por Simon Evans
ZURIQUE (Reuters) - O príncipe Ali bin Al Hussein, da Jordânia, que falhou em uma tentativa de substituir Joseph Blatter como presidente da Fifa em maio, afirma que Blatter não deve lidar com o processo de reforma na entidade e que a tarefa teria que ser deixada ao seu sucessor.
Em um comunicado divulgado nesta quarta-feira, o príncipe Ali, que se retirou da eleição presidencial da Fifa de maio, depois de obter 73 votos contra 133 de Blatter na primeira rodada de votação, disse que teme que Blatter, que governa o órgão que comanda o futebol desde 1998, esteja tentando apressar reformas antes de deixar o cargo, em 26 de fevereiro.
Blatter anunciou que deixaria a presidência apenas alguns dias depois de ter sido reeleito, em meio a um escândalo de corrupção que levou a críticas sobre sua liderança.
"Precisamos de um processo claro, prazos claros, e um mandato muito claro. E tudo isso deveria pertencer ao novo presidente", disse o príncipe Ali, que ainda não declarou se vai concorrer de novo na votação de fevereiro.
"Embora as reformas sejam bem-vindas e muito necessárias, elas são incumbência do novo presidente, não do antigo. É papel do novo presidente pôr em prática os sistemas necessários para implementar as mudanças que a Fifa precisa tão desesperadamente, e não uma força-tarefa tentando apressar isso em menos de 60 dias", acrescentou.
A Fifa mergulhou na crise em maio, quando nove dirigentes de futebol e cinco executivos de marketing esportivo foram indiciados nos Estados Unidos por acusações de suborno, lavagem de dinheiro e fraude. Na segunda-feira, Blatter anunciou a criação de uma força-tarefa da Fifa composta por 10 membros de seis confederações continentais e um 'presidente neutro'.