Por Tom Balmforth e Andrew Osborn
MOSCOU (Reuters) - O presidente Vladimir Putin acelerou a reorganização do sistema político da Rússia nesta segunda-feira, enviando um projeto de reforma constitucional ao Parlamento que criará um novo centro de poder fora da presidência.
Putin também substituiu o procurador-geral Yuri Chaika, que ocupava o cargo desde 2006, em uma medida que sugere que suas mudanças poderiam ir além do sistema político e do governo.
Em um movimento surpreendente, Putin anunciou planos para reformas na semana passada. O aliado de longa data, Dmitry Medvedev, renunciou ao cargo de primeiro ministro junto com o governo, dizendo que queria dar espaço para o presidente fazer as mudanças.
As medidas propostas por Putin são amplamente vistas como mudanças que lhe concedem margem para reter influência quando seu mandato vencer, em 2024, embora ele tenha dito no fim de semana que não era a favor da prática da era soviética de ter líderes para a vida toda que morrem no cargo.
No projeto de emendas submetido à Câmara dos Deputados da Duma, Putin ofereceu um vislumbre de como suas reformas parecem no papel. Segundo seu plano, alguns dos amplos poderes do presidente seriam retirados e os poderes do Parlamento, expandidos.
Em uma das maiores mudanças, o status do Conselho de Estado, até agora um órgão discreto que assessora o presidente, seria pela primeira vez consagrado na Constituição.
Putin, 67, não revelou o que pretende fazer ao deixar o Kremlin. Uma opção poderia ser o comando do fortalecido Conselho de Estado.
Sob suas propostas, o conselho teria mais poderes para "determinar as principais direções das políticas domésticas e de relações exteriores".
As mudanças também preveem impedimentos para que futuros presidentes cumpram mais de dois mandatos. Putin se tornou presidente pela primeira vez em 2000 e está agora em seu quarto mandato como chefe de Estado.