MOSCOU (Reuters) - O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira que a Rússia usaria sua influência sobre os separatistas no leste da Ucrânia para permitir uma investigação completa a respeito da queda do avião da Malaysian Airlines, mas disse que o Ocidente deve colocar pressão em Kiev para encerrar as hostilidades na região.
Putin também pediu que potências ocidentais não se intrometam em assuntos domésticos da Rússia e disse que são necessárias medidas para fortalecer as capacidades militares do país devido a movimentações da Otan, a aliança militar ocidental, e também para proteger a economia de "ameaças externas".
"Fomos solicitados a usar nossa influência sobre os separatistas no sudeste da Ucrânia. É claro que faremos tudo em nosso poder, mas isso não é suficiente", disse Putin no começo de uma reunião com chefes de defesa e segurança.
"No final das contas, há uma necessidade de pedir que autoridades em Kiev respeitem as normas básicas de decência, e pelo menos por um breve período de tempo haja um cessar-fogo", acrescentou.
Os comentários de Putin foram sua primeira resposta pública detalhada contra as críticas ocidentais sobre o papel da Rússia na Ucrânia desde que o avião malaio foi derrubado, na quinta-feira, matando 298 pessoas.
Putin reiterou sua crença em que os protestos que derrubaram o ex-presidente da Ucrânia, aliado da Rússia, foram instigados e financiados internacionalmente.
Apesar das sanções do Ocidente, ele disse que Moscou ficaria do lado de separatistas no leste da Ucrânia, os quais, segundo ele, são parte de um levante popular contra um golpe de Estado.
"A Rússia está sendo apresentada ao que é quase um ultimato: 'Vamos destruir esta parte da população que é etnicamente e historicamente próxima à Rússia e não vamos impor sanções contra você'", disse Putin. "Esta é uma lógica estranha e inaceitável".
Ele não abordou diretamente, no entanto, a questão sobre se a Rússia está armando os rebeldes - ele negou tais acusações antes.
(Por Daria Korsunskaya)