Por Andrew Osborn e Mark Trevelyan
LONDRES (Reuters) - O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que a Rússia foi atingida por um "ataque terrorista" na região sul, de Bryansk, na fronteira com a Ucrânia, e prometeu esmagar o que disse ser um grupo de sabotagem ucraniano que disparou contra civis.
A Ucrânia acusou a Rússia de encenar uma falsa "provocação", mas também pareceu insinuar que alguma forma de operação foi realmente realizada por guerrilheiros antigovernamentais russos.
Em meio a relatos de bombardeios e sabotagens esporádicas, as regiões fronteiriças da Rússia tornaram-se cada vez mais voláteis desde que Moscou invadiu a Ucrânia há um ano.
Em um discurso televisionado, Putin acusou o grupo de abrir fogo a partir de um carro contra civis, incluindo crianças. O governador de Bryansk, Alexander Bogomaz, disse que o ataque matou duas pessoas e feriu um menino de 11 anos.
"Eles não vão conseguir nada. Nós vamos esmagá-los", disse Putin, acrescentando que o grupo é formado por pessoas que querem roubar a história e o idioma da Rússia.
No final do dia, quatro membros da Guarda Nacional da Rússia ficaram feridos quando o carro em que estavam passou por cima de uma mina na vila de Sushany, do outro lado da fronteira com a Ucrânia, disse Alexander Khinstein, um parlamentar federal sênior.
Os quatro participavam de uma operação para proteger a região, escreveu ele no aplicativo de mensagens Telegram.
O serviço de segurança FSB disse inicialmente que, junto com o exército, tentava liquidar "um grupo armado de nacionalistas ucranianos" que havia cruzado a fronteira.
Posteriormente, o serviço afirmou que a situação estava sob controle e que um grande número de artefatos explosivos havia sido encontrado durante a desminagem do local. O FSB não mencionou relatos anteriores de agências de notícias estatais de que pessoas haviam sido tomadas como reféns.
Em dois vídeos que circulam online, homens armados que se autodenominam "Corpo de Voluntários Russos" disseram ter cruzado a fronteira para lutar contra o que eles chamam de "o sangrento regime Putinita do Kremlin".
Descrevendo-se como "libertadores", os homens pediram aos russos que pegassem em armas e se levantassem contra as autoridades. Eles negaram que abriram fogo contra civis.
A Reuters não pôde verificar imediatamente a autenticidade dos vídeos.
(Reportagem da Reuters)