Por Andreas Rinke e Denis Pinchuk
SOCHI, Rússia (Reuters) - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, em uma rara visita à Rússia, disse que Berlim e Moscou devem manter conversações apesar de seus desacordos, mas essas mesmas diferenças ofuscaram suas discussões com o presidente russo, Vladimir Putin, nesta terça-feira.
Em uma coletiva de imprensa após uma reunião no resort russo de Sochi, no Mar Negro, posicionamentos divergentes foram expressos sobre a Síria, a Ucrânia, o respeito da Rússia por direitos civis e as alegações de que Moscou está interferindo nas eleições de outros países.
A linguagem corporal dos líderes sugeriu tensão: as expressões faciais enquanto falavam com repórteres eram rígidas, e os dois mal olharam um para o outro.
"Eu sou sempre da opinião de que mesmo que hajam sérias diferenças de opinião em algumas áreas, as conversas devem continuar", disse Merkel. "Você deve prosseguir, porque caso contrário você cai no silêncio e tem cada vez menos entendimentos."
Merkel estava fazendo sua primeira visita bilateral na Rússia desde que Moscou anexou a península da Crimeia da Ucrânia, uma ação que desencadeou o pior confrontação entre Moscou e o Ocidente desde a Guerra Fria.
Como a Alemanha é a titular da Presidência rotativa do grupo G20 de importantes países neste ano, Merkel tem encontrado com membros-chave em preparação para uma reunião de cúpula.
Questionada por um repórter se ela teme que a Alemanha possa estar sujeita a tentativas da Rússia de interferir na próxima eleição parlamentar alemã disseminando notícias falsas, Merkel tomou uma postura firme.
"Eu não sou uma pessoa ansiosa, eu vou lutar nessa eleição com base nas minhas convicções", disse, acrescentando que os alemães vão lidar decisivamente com qualquer caso de informações falsas.