MOSCOU (Reuters) - O presidente russo, Vladimir Putin, não tem planos de comparecer ao funeral do chefe mercenário do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, que morreu quando seu avião caiu na semana passada, disse o Kremlin nesta terça-feira.
O jato particular Embraer (BVMF:EMBR3) Legacy 600 no qual Prigozhin viajava de Moscou para São Petersburgo caiu na região de Tver, ao norte de Moscou, em 23 de agosto, matando todas as 10 pessoas a bordo, incluindo dois outros líderes importantes de Wagner e quatro homens que seriam guarda-costas de Prigozhin.
Ainda não está claro o que causou a queda do avião, mas moradores próximos ao local disseram à Reuters que ouviram um estrondo e depois viram o jato cair no chão.
Quando questionado se Putin compareceria ao funeral de Prigozhin, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos repórteres: “A presença do presidente não está prevista”.
Peskov afirmou que o Kremlin não tinha nenhuma informação específica sobre os planos do funeral e que os preparativos cabiam aos parentes.
No dia seguinte ao acidente, Putin enviou condolências às famílias dos mortos e disse que conhecia Prigozhin há muito tempo, desde os anos caóticos do início da década de 1990.
“Ele era um homem com um destino difícil e cometeu erros graves na vida”, disse Putin, ao descrevê-lo como um empresário talentoso.
O acidente ocorreu dois meses depois de Prigozhin e seus mercenários terem organizado um motim contra os principais comandantes militares de Putin, no qual assumiram o controle da cidade de Rostov, no sul, e avançaram em direção a Moscou antes de recuarem a 200 km da capital.
O motim representou o maior desafio ao governo de Putin desde que ele assumiu o poder no último dia de 1999. O Kremlin rejeitou como uma "mentira absoluta" a sugestão de alguns políticos e analistas ocidentais - para a qual não forneceram provas - de que Putin ordenou a morte de Prigozhin em vingança.
(Por Guy Faulconbridge)