MOSCOU (Reuters) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não está interessado no momento em conceder uma entrevista ao repórter do Wall Street Journal Evan Gershkovich, que foi libertado de uma prisão russa no mês passado, nem a qualquer outro veículo de comunicação ocidental, disse o Kremlin nesta segunda-feira.
Gershkovich, que foi condenado na Rússia por acusações de espionagem que ele, seu jornal e Washington negaram veementemente, pediu uma entrevista ao líder do Kremlin quando estava sendo libertado em uma grande troca de prisioneiros em 1º de agosto, informou o Wall Street Journal.
Questionado nesta segunda-feira se havia uma resposta para o pedido de Gershkovich, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse: "No momento, não estamos interessados em tal entrevista".
"Para que haja uma entrevista com a mídia estrangeira, e uma entrevista específica, precisamos ter uma ocasião. No momento, não estamos vendo essa ocasião."
Muitos jornalistas ocidentais têm deixado a Rússia desde que Moscou invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022.
Gershkovich, que estava baseado fora da Rússia, mas continuava viajando para o país, foi preso em março de 2023 na cidade de Yekaterinburg durante uma viagem.
Gershkovich, o primeiro jornalista norte-americano preso por acusações de espionagem na Rússia desde a Guerra Fria, foi condenado a 16 anos de prisão em julho, depois que um tribunal o considerou culpado de coletar informações secretas sob as ordens da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos sobre uma empresa que fabrica tanques russos enviados à Ucrânia.
Em fevereiro, Putin concedeu uma rara entrevista ao jornalista norte-americano Tucker Carlson, na qual disse que Moscou está preparada para lutar por seus interesses "até o fim", mas não tinha interesse em uma guerra mais ampla.
(Por Dmitry Antonov)