MOSCOU (Reuters) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, sancionou nesta sexta-feira uma lei que proíbe que membros de organizações "extremistas" concorram a cargos públicos, uma medida que aliados de Alexei Navalny, crítico do Kremlin atualmente preso, dizem almejar barrá-los da eleição parlamentar deste ano.
A chancela de Putin vem dias antes de um tribunal cogitar declarar a ilegalidade da fundação anticorrupção de Navalny e de grupos de campanha regionais sob a alegação de que são extremistas.
A lei proíbe que membros ou líderes de grupos considerados extremistas concorram a assentos na Duma, a câmara baixa do Parlamento, ou que participem de outras eleições por períodos que variam de três a cinco anos.
A legislação, na prática, impossibilita campanhas parlamentares anunciadas por alguns aliados de Navalny, como Lyubol Sobol, que está sendo processada por causa de um protesto em apoio ao político opositor.
A sanção de Putin coincide com o 45º aniversário de Navalny, que ele completa atrás das grades enquanto cumpre uma pena de 2,5 anos derivada de acusações de desfalque que ele diz serem fabricadas.
A equipe de Navalny --que diz que as alegações de extremismo são uma tentativa de impedir sua oposição política na eleição parlamentar de setembro-- disse sarcasticamente que a lei é "um cumprimento de aniversário especial do Kremlin".
No passado, a Rússia rotulou como "extremistas" grupos neonazistas e de extrema-direita, organizações islâmicas e Testemunhas de Jeová.
(Por Gabrielle Tétrault-Farber)