Por George Obulutsa e Maggie Fick
NAIRÓBI (Reuters) - Autoridades do Quênia tiraram do ar redes de TV e rádio nesta terça-feira, quando apoiadores do líder opositor Raila Odinga assistiam sua posse presidencial simbólica em um parque de Nairóbi, um desafio direto ao presidente Uhuru Kenyatta.
Os apoiadores de Odinga dizem que ele é o líder legítimo do país e que a eleição de Kenyatta não foi livre nem justa.
A vitória de Kenyatta, em agosto, foi anulada pela Suprema Corte devido a irregularidades, mas ele venceu uma nova votação, que Odinga boicotou porque a comissão eleitoral não foi reformulada.
Kenyatta tomou posse para cumprir seu segundo mandato em novembro, e as instituições estatais se reportam a ele.
"Eu, Raila Omolo Odinga, juro que protegerei a nação como presidente do povo, com a ajuda de Deus", disse Odinga para as mais de 15 mil pessoas reunidas no Parque Uhuru, próximo do principal bairro comercial de Nairóbi.
Durante o discurso de menos de cinco minutos, Odinga não deu detalhes de seus planos e disse que eles serão revelados "no momento adequado". O candidato a vice-presidente de Odinga e dois outros líderes de alto escalão se ausentaram da cerimônia, um possível sinal de divisão dentro da aliança opositora.
Odinga disse que seu vice será empossado em uma data posterior.
O Procurador-Geral alertou que o opositor poderia ser acusado de traição se o evento fosse adiante --um delito que pode acarretar na pena de morte.
(Reportagem adicional de Humphrey Malalo e Katharine Houreld)