Por Duncan Miriri
NAIRÓBI (Reuters) - Moradores da capital do Quênia, Nairóbi, desfrutaram um momento raro de ruas sem tráfego nesta sexta-feira de manhã, à medida que muitas empresas liberaram os funcionários ou reduziram suas horas de trabalho antes da visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, à terra natal de seu pai.
A polícia se preparava para fechar as vias principais por várias horas antes de Obama chegar ao país e os mercados financeiros disseram que iriam suspender os serviços na tumultuada cidade de mais de 3 milhões de habitantes.
Além de impor um forte esquema de segurança por temor de ações do grupo militante islâmico Al Shabaab, da vizinha Somália, as autoridades locais eliminaram todas as paradas da visita de Obama, a primeira de um presidente norte-americano no poder.
Trabalhadores estavam plantando grama ao longo da estrada principal que conduz ao aeroporto e enfeitando os principais cruzamentos com flores e bandeiras norte-americanas e quenianas.
"Nairóbi parece tão bonita esta manhã. Não há engarrafamentos, apenas ruas limpíssimas enfeitadas com vasos de plantas", disse Henry Kirimania, funcionário de um banco no centro da cidade.
Alguns moradores estavam satisfeitos com a visita de Obama, dizendo que pode servir como um lembrete para os líderes do Quênia sobre a necessidade de transcender as afiliações tribais que tendem a predominar na política.
"Eu estou muito certo de que a visita de Obama vai fazer grandes mudanças no Quênia, mais ainda no espaço democrático. Realmente quero que as coisas funcionem", disse Josphat Osembe, um funcionário público de 40 anos de idade.
No entanto, outros estavam inconformados com os bloqueios de ruas, que forçaram lojas e negócios a perder um dia de trabalho.
"O movimento está baixo com a chegada de Obama. Caiu cerca de 80 por cento porque a maioria das pessoas está em casa", disse Walter Odhiambo, supervisor de um posto de gasolina no centro de Nairóbi.
Obama esteve no Quênia quando era senador dos Estados Unidos, mas não foi ao país depois que chegou à Casa Branca.
A segurança no leste da África será um tema importante durante a visita. Nos últimos dois anos, o Quênia tem sofrido uma série de grandes ataques do Al Shabaab, incluindo um massacre, em abril, de 148 pessoas em uma universidade queniana perto da fronteira com a Somália.
(Reportagem adicional de Humphrey Malalo e da Reuters TV, em Nairóbi, e José Akwiri, em Mombasa)