WASHINGTON (Reuters) - Registros da Casa Branca mostram uma lacuna inexplicável de mais de sete horas nos telefonemas do ex-presidente Donald Trump no dia do ataque mortal ao Capitólio dos Estados Unidos, 6 de janeiro de 2021, informaram o Washington Post e a CBS nesta terça-feira.
Os registros entregues ao painel da Câmara dos Deputados que investiga o ataque não mostraram nenhuma ligação de Trump entre 11h17 e 18h54, enquanto seus apoiadores atacavam violentamente o Capitólio no momento em que os parlamentares estavam reunidos para certificar a derrota de Trump nas eleições de 2020, informaram os meios de comunicação.
As 11 páginas de registros entregues aos parlamentares mostraram que Trump conversou com pelo menos oito pessoas por telefone antes do intervalo e 11 depois, disseram o Post e a CBS.
Um porta-voz do Comitê Seleto da Câmara que investiga o motim no Capitólio se recusou a comentar. Um porta-voz de Trump disse que o ex-presidente não tinha nada a ver com os registros e presumiu que todas e quaisquer ligações telefônicas foram gravadas e preservadas.
Relatos públicos também citam várias conversas mantidas por Trump em 6 de janeiro com aliados e parlamentares. Isso levou os investigadores a analisar se ele se comunicou naquele dia por meio de canais não oficiais ou por um telefone descartável, segundo a reportagem, citando duas pessoas familiarizadas com a investigação do Congresso.
Em um comunicado, Trump disse: "Não tenho ideia do que seja um telefone descartável".
Pelo menos sete mortes foram relacionadas ao ataque de milhares de apoiadores de Trump ao Congresso dos EUA.
(Por Susan Heavey, com reportagem adicional de Patricia Zengerle)