Por Allison Lampert e Tracy Rucinski
MONTREAL/CHICAGO (Reuters) - Reguladores globais estão analisando os sistemas de alarme que podem sobrecarregar os pilotos em meio ao processo de revisão dos protocolos do Boeing 737 MAX, disse Nicholas Robinson, chefe da aviação civil da Transport Canada.
O jato de passageiros mais vendido da Boeing, o 737 MAX, teve voos suspensos em março em todo o mundo depois de duas quedas que mataram 346 pessoas em um intervalo de cinco meses.
A sobrecarga do piloto parece ter desempenhado um papel nos dois acidentes, em que as tripulações tentaram recuperar o controle do avião, enquanto um novo sistema de controle de voo repetidamente empurrava o nariz da aeronave para baixo em meio a uma série de outros alarmes e alertas sensoriais e de áudio.
"O que precisamos fazer é garantir que a tripulação do MAX seja capaz de lidar com esse ambiente", disse Robinson em entrevista à Reuters.
A Transport Canada está entre um grupo principal de reguladores que está avaliando os requisitos para o 737 MAX voar novamente após sete meses de suspensão.
Ele se reúne semanalmente por telefone, videoconferência ou pessoalmente com a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) e seus parceiros na União Europeia e no Brasil, disse Robinson.
As decisões dos órgãos reguladores podem levar a mudanças radicais nos manuais de operação de voos e nas instruções em sala de aula e até mesmo na exigência de treinamento em simuladores, segundo fontes do setor.
No entanto, nenhuma decisão de treinamento pode ser tomada até que a Boeing envie atualizações de software à FAA para análise e aprovação, disse Robinson.
"Continuamos procurando uma solução proposta pelo fabricante e pela FAA nessa área", afirmou.
Ainda assim, o objetivo do Canadá é que o MAX retorne ao serviço em países de todo o mundo simultaneamente, ou pelo menos em um pequeno intervalo de tempo.
"Não é uma necessidade, mas é uma meta", disse Robinson.