Por Gabriela Baczynska e Philip Blenkinsop e Elizabeth Piper
BRUXELAS/LONDRES (Reuters) - O Reino Unido negou nesta quarta-feira uma acusação da União Europeia de que proibiu exportações de vacinas contra Covid-19, e convocou um diplomata do bloco para se queixar.
O Reino Unido, que se desfiliou da UE no ano passado, já forneceu doses de vacina a mais de um terço de sua população, superando de longe os 27 membros remanescentes da entidade.
Estes, por sua vez, vêm culpando as farmacêuticas por não cumprirem as metas de suprimento, inclusive a AstraZeneca (LON:AZN) (SA:A1ZN34), que fabrica vacinas contra Covid-19 tanto no Reino Unido quanto na UE e não quer transferir doses britânicas ao bloco para compensar uma escassez neste último.
A UE diz que permitiu que milhões de doses de vacinas da Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34), que o Reino Unido não fabrica, fossem exportadas ao vizinho. Na terça-feira, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que Reino Unido e Estados Unidos proibiram "categoricamente" as exportações de vacinas produzidas em seus territórios.
Londres diz não ter tal proibição, e atribui o sucesso de seu programa de vacinas a negociações duras com farmacêuticas no ano passado e um investimento precoce em cadeias de suprimento. Já autoridades da UE dizem que Londres impediu exportações de vacinas da AstraZeneca invocando uma cláusula de seu contrato que exige que a empresa atenda encomendas britânicas primeiro.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse ao Parlamento que tinha que "corrigir" a insinuação de Michel.
(Por Philip Blenkinsop, Gabriela Baczynska, Francesco Guarascio e Sarah Young e Elizabeth Piper em Londres)