LONDRES (Reuters) - O Reino Unido insistiu, neste domingo, que a União Europeia deveria ceder para abrir caminho a um novo pacto comercial pós-Brexit, o que gerou uma resposta rápida do negociador do bloco europeu defendendo o direito da UE de proteger seus interesses.
Com menos de duas semanas para o Reino Unido sair em definitivo da União Europeia, os dois lados estão pedindo que o outro se mexa para que seja firmado um acordo para proteger quase 1 trilhão de dólares de comércio de tarifas e cotas.
Discussões para se chegar a um acordo comercial têm sido prejudicadas por duas questões: os direitos de pesca do bloco em águas britânicas e a criação de um chamado terreno igualitário com regras de concorrência justas para os dois lados.
O ministro da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, disse neste domingo que o bloco deveria abrir mão de suas “exigências pouco razoáveis”.
“Queremos que essas discussões cheguem a uma conclusão positiva, claro que eu quero um acordo, acho que todos querem um acordo”, disse Hancock à emissora Sky News. “Infelizmente, a UE está fazendo exigências pouco razoáveis... tenho certeza que podemos chegar a um acordo, mas obviamente precisamos que a UE ceda”.
O Reino Unido deixou a UE em 31 de janeiro e está em estado de transição desde então. Ele expira ao fim do ano, quando o Reino Unido sairá do mercado único e da união aduaneira do bloco.
O negociador da União Europeia para o Brexit, Michel Barnier, disse que as negociações com o Reino Unido sobre um acordo comercial pós-Brexit estavam em um ponto "crucial", e que as negociações continuam.
"Neste momento crucial para as negociações, continuamos a trabalhar duro com (o negociador do Reino Unido) David Frost e sua equipe", disse Barnier no Twitter.
"A UE continua comprometida com um acordo justo, recíproco e equilibrado. Respeitamos a soberania do Reino Unido. E esperamos o mesmo", acrescentou.
"Tanto a UE quanto o Reino Unido devem ter o direito de estabelecer suas próprias leis e controlar suas próprias águas. E devemos ambos ser capazes de agir quando nossos interesses estiverem em jogo."