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Repórter da Al Jazeera deve ter sido morta por tiros não intencionais de posições israelenses, dizem EUA

Publicado 04.07.2022, 13:26
Atualizado 04.07.2022, 13:30
© Reuters. 17/05/2022
REUTERS/Raneen Sawafta

Por Chris Gallagher

WASHINGTON (Reuters) - A jornalista da Al Jazeera, Shireen Abu Akleh, provavelmente foi morta por tiros não intencionais de posições israelenses, mas investigadores independentes não conseguiram chegar a uma conclusão definitiva sobre a origem da bala que a atingiu, disse o Departamento de Estado dos Estados Unidos nesta segunda-feira.

Abu Akleh, uma palestina-americana, foi morta em 11 de maio durante um ataque israelense na cidade de Jenin, na Cisjordânia ocupada.

O Coordenador de Segurança dos EUA (USSC, na sigla em inglês), depois de resumir as investigações das Forças de Defesa de Israel (FDI) e da Autoridade Palestina, concluiu que tiros de posições israelenses provavelmente foram responsáveis pela morte de Abu Akleh, disse o Departamento de Estado.

"O USSC não encontrou motivos para acreditar que isso foi intencional, mas sim o resultado de circunstâncias trágicas durante uma operação militar liderada pelas FDI contra facções da Jihad Islâmica Palestina", disse o Departamento de Estado em comunicado.

Em análise forense por peritos terceirizados supervisionados pelo USSC, no entanto, especialistas em balística determinaram que a bala estava muito danificada, o que impediu uma conclusão clara sobre sua origem, disse o Departamento de Estado.

Os palestinos dizem que os militares israelenses mataram deliberadamente Abu Akleh. Israel nega isso, afirmando que ela pode ter sido atingida por balas perdidas do Exército ou por um disparo de um dos homens palestinos armados que estavam em confronto com suas forças no local.

Um alto funcionário palestino acusou Washington de procurar proteger Israel.

"A verdade é clara, mas o governo dos EUA continua se esquivando de anunciá-la", disse Wasel Abu Youssef, membro do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), à Reuters.

"Dizemos que Israel matou Shireen Abu Akleh e deve ser responsabilizado pelo crime que cometeu."

A morte de Abu Akleh, um dos rostos mais conhecidos da reportagem sobre o conflito palestino-israelense, provocou indignação em todo o mundo, principalmente depois que seu funeral em Jerusalém foi marcado por cenas de policiais espancando pessoas presentes.

As disputas entre os lados sobre as circunstâncias de sua morte e as consequências têm ofuscado uma visita do presidente dos EUA, Joe Biden, prevista para este mês.

Os militares israelenses disseram que continuarão investigando o incidente e uma decisão sobre a possibilidade de lançar quaisquer acusações criminais será tomada após o exame operacional.

© Reuters. 17/05/2022
REUTERS/Raneen Sawafta

O ministro da Defesa, Benny Gantz, disse que Israel está comprometido em descobrir a verdade e que as forças israelenses responderam a fogo pesado de homens armados na cidade.

(Reportagem de Chris Gallagher; reportagem adicional de Ali Sawafta em Ramallah e James Mackenzie em Jerusalém)

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447702)) REUTERS AC

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