Por Katharine Jackson, Gram Slattery e David Morgan
WASHINGTON (Reuters) - A tentativa do conservador radical Jim Jordan de se tornar presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos terminou nesta sexta-feira, quando seus colegas republicanos revogaram seu apoio após uma terceira votação fracassada no plenário da Casa, disseram parlamentares.
Isso significa que a Câmara ficará sem liderança e incapaz de responder ao pedido de ajuda do presidente Joe Biden à Ucrânia e a Israel pelo menos até a próxima semana.
O apoio à candidatura de Jordan diminuiu ao longo da semana. Ele recebeu 194 votos no plenário da Câmara em uma terceira rodada de votação nesta sexta-feira, abaixo dos 200 votos que recebeu na terça-feira e bem aquém da maioria necessária para assumir a presidência.
Os republicanos então votaram internamente por 112 a 86 para revogar a indicação de Jordan numa reunião a portas fechadas.
“Foi uma honra ter sido o indicado para presidente”, disse Jordan aos repórteres após a reunião. "Precisamos nos unir para descobrir quem será nosso presidente. Vou trabalhar o máximo que puder para ajudar esse indivíduo."
Não estava claro a quem os republicanos poderão recorrer em seguida.
A Câmara encerra agora sua terceira semana de trabalho sem um líder efetivo. Isso significa que não pode agir sobre um pacote de segurança nacional de 106 bilhões de dólares anunciado por Biden, que reforçaria a segurança das fronteiras dos EUA e enviaria bilhões de dólares para apoiar as campanhas de guerra de Israel e da Ucrânia.
Os republicanos controlam a Câmara por uma estreita maioria de 221 cadeiras a 212 dos democratas e só podem ter poucas dissidências nas votações.
Além de Kevin McCarthy -- que foi destituído do cargo de presidente da Câmara por um pequeno grupo de seus colegas republicanos em 3 de outubro -- e Jordan, os republicanos também rejeitaram o número 2, Steve Scalise, que ganhou a indicação na semana passada, mas desistiu depois de não conseguir consolidar apoio.
Os parlamentares disseram que ouviriam os candidatos na noite de segunda-feira, com uma possível votação na terça-feira. Dois republicanos, Austin Scott e Kevin Hern, disseram que tentariam o cargo, e outro, Jodey Arrington, disse que tomaria uma decisão até domingo.
Os republicanos já consideraram e rejeitaram uma opção alternativa que permitiria à Câmara abordar questões urgentes, como o pacote de ajuda de Biden ou o financiamento ao governo dos EUA, que expira em 17 de novembro.
Esse plano daria mais autoridade ao deputado republicano Patrick McHenry, que ocupa interinamente a cadeira de presidente da Câmara. Os democratas da Câmara e a Casa Branca disseram estar abertos à ideia, mas os republicanos optaram por não levá-la adiante na quinta-feira.
O próprio McHenry não apoiou publicamente o plano. Ele disse aos repórteres na sexta-feira que esperava retornar ao cargo anterior como presidente do Comitê de Serviços Financeiros.