Por Mitra Taj e Marco Aquino
LIMA (Reuters) - O presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, fez nesta sexta-feira um apelo para que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, renuncie, chamado-o de "ditador", e rejeitou o pedido do venezuelano para um encontro pessoal dos dois junto com outros presidentes da região.
Kuczynski disse em entrevista ao Reuters Latin American Investment Summit que Maduro perdeu qualquer credibilidade restante desde a formação de uma Assembleia Constituinte.
"Ele é um ditador que promoveu um golpe por meio de uma eleição fraudulenta para eliminar o Congresso", disse Kuczynski no palácio presidencial no centro histórico de Lima.
O comentário marcou a crítica mais dura até agora que Kuczynski, economista e administrador público formado em Princeton e Oxford, fez contra Maduro.
No governo de Kuczynski, o Peru liderou os esforços latino-americanos para pressionar a Venezuela a fazer reformas democráticas e para sinalizar ao mundo que a maioria da América Latina está preocupada com a crise venezuelana.
Maduro, que chamou o colega peruano de "cachorro" e "covarde" servil aos Estados Unidos, desafiou na quinta-feira o "presidente americano do Peru" a concordar em se reunir pessoalmente com ele para discutir a Venezuela com outros líderes da região.
"Não vou me reunir com o senhor Maduro, desculpe", disse Kuczynski.
Quando indagado sobre qual mensagem enviaria a Maduro, o presidente peruano respondeu: "Saia!"