RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os Jogos Olímpicos Rio 2016 vão oferecer uma plataforma online oficial para revenda de ingressos pelo mesmo preço pago por torcedores no site do evento, informou o comitê organizador nesta terça-feira.
Com a plataforma, o bilhete poderá ser revendido de forma automática e o torcedor terá o reembolso total do valor pago. Não será permitido o sobrepreço, que é proibido por lei, segundo o diretor de Ingressos do comitê Rio 2016, Donovan Ferreti.
"O sistema coloca o preço de face do ingresso. A venda será em consignação e haverá o reembolso de 100 por cento do valor pago", disse Ferreti em entrevista coletiva online para marcar o início do processo de venda dos 7,5 milhões de ingressos nesta terça.
Diversas medidas de controle, como a verificação de dados dos compradores dos ingressos por meio de documentação, serão utilizadas para tentar coibir a atuação de cambistas nos Jogos, segundo os organizadores. A própria plataforma é uma alternativa para tentar combater a revenda ilegal.
Na Copa do Mundo do ano passado, era comum a presença de cambistas oferecendo ingressos nos arredores de estádios nos dias de jogos, e a polícia também desmontou uma quadrilha suspeita de venda ilegal de entradas do Mundial.
Os ingressos dos Jogos do Rio, os primeiros realizados na América do Sul, vão custar de 40 reais, para modalidades menos tradicionais, até 4.600 reais, para o melhor local da cerimônia de abertura no Maracanã. Segundo os organizadores, 3,8 milhões de entradas custarão até 70 reais.
O primeiro sorteio das entradas será realizado em junho, restrito apenas aos torcedores brasileiros. Uma segunda fase de sorteio será iniciada em julho, com resultado em agosto.
FUTEBOL EM SÃO PAULO
A venda de ingressos, iniciada nesta terça-feira, não inclui entradas para os jogos de futebol em São Paulo, uma das subsedes, devido a um impasse entre o comitê organizador, a prefeitura da capital paulista e o Corinthians, proprietário do estádio escolhido para receber partidas na cidade.
Apesar do impasse, que envolve a construção de estruturas temporárias, o comitê Rio 2016 afirmou que "não existe plano B" e que tem "certeza" da assinatura de acordo para os jogos em São Paulo.
"Não há interesse do Rio 2016, do governo de São Paulo e do Corinthians em prejudicar o torcedor", disse o diretor de Comunicação do Rio 2016, Mario Andrada, na entrevista.
Segundo ele, a intenção dos organizadores é colocar os ingressos de São Paulo à disposição dos torcedores ainda na fase de sorteio, que vai até julho. Caso não seja possível, ainda haverá a venda direta, em outubro.
"Estamos torcendo para que São Paulo assine logo para colocarmos os ingressos à venda", afirmou.
(Reportagem de Caio Saad)