Por Poppy McPherson e Ruma Paul
(Reuters) - Refugiados e agentes humanitários disseram nesta quinta-feira que alguns dos milhares de rohingyas sendo enviados a uma ilha remota foram coagidos, apesar das afirmações do governo de que ninguém seria forçado a ir.
Dois rohingyas disseram à Reuters que seus nomes apareceram em listas compiladas por líderes locais indicados pelo governo sem seu consentimento, e agentes humanitários disseram que autoridades usaram ameaças e incitações para pressionar pessoas a partir.
Alguns refugiados identificados como dispostos a ir à ilha estavam escondidos nesta quinta-feira, em meio a uma presença intensa de seguranças nos campos.
Mohammad Shamsud Douza, vice-chefe do governo de Bangladesh para refugiados, disse que a realocação é voluntária.
"Eles estão indo lá felizes. Ninguém é forçado. O governo adotou todas as medidas para lidar com desastres, inclusive sua vida e subsistência confortáveis."
A polícia escoltou o primeiro grupo de mil refugiados de ônibus de Ukhiya, em Cox's Bazar, para o porto de Chittagong e de lá para Bhasan Char --uma ilha da Baía de Bengala sujeita a inundações que emergiu do mar 20 anos atrás.
"Eles estão nos levando para lá à força", disse um homem de 31 anos à Reuters por telefone, em prantos, ao subir em um ônibus.
Bangladesh diz que transferir refugiados que concordam em ir à ilha diminuirá a superlotação crônica de seus campos.