Por Guy Faulconbridge
MOSCOU (Reuters) - A Rússia condenou a violência contra judeus e palestinos em Israel e nos Territórios Palestinos, nesta segunda-feira, mas criticou os Estados Unidos pelo que disse ser sua abordagem destrutiva que ignorou a necessidade de um Estado palestino independente.
As tropas israelenses estavam lutando contra homens armados do Hamas nesta segunda, mais de dois dias depois que os militantes atravessaram a cerca de Gaza em uma operação mortal. O Exército disse que logo partiria para ofensiva após a maior mobilização da história israelense.
O Kremlin pediu o retorno à paz e disse estar "extremamente preocupado" com a possibilidade de a violência se transformar em um conflito mais amplo no Oriente Médio.
A Rússia, que mantém relações com países árabes, Irã e Hamas, bem como com Israel, disse que o Ocidente ignorou a necessidade de um Estado palestino independente dentro das fronteiras de 1967.
O ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, condenou a violência, mas afirmou que o Ocidente era míope se acreditasse que poderia simplesmente condenar os ataques contra Israel e depois esperar uma vitória israelense sem resolver a causa da instabilidade - o problema palestino em si.
"Não posso deixar de mencionar a política destrutiva dos Estados Unidos, a qual impede os esforços coletivos dentro da estrutura do quarteto de mediadores internacionais", disse Lavrov aos repórteres após conversas em Moscou com o chefe da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit.
Os Estados Unidos, afirmou Lavrov, tentaram "monopolizar" o diálogo entre palestinos e israelenses e se afastaram da criação de um Estado palestino em favor de conversações sobre como aliviar os problemas socioeconômicos dos palestinos.
Os palestinos querem um Estado na Cisjordânia e na Faixa de Gaza com Jerusalém Oriental como sua capital - todo o território capturado por Israel na guerra de 1967.
O quarteto, criado em 2002, é formado por Nações Unidas, União Europeia, Estados Unidos e Rússia. Seu mandato era ajudar a mediar a paz e apoiar os palestinos na preparação para a eventual criação de um Estado.
O Kremlin disse que a embaixada da Rússia ainda não tinha informações sobre quantos cidadãos russos em Israel poderiam ter sido feridos ou mortos no local.