Por Guy Faulconbridge
LONDRES (Reuters) - A Rússia disse aos Estados Unidos que parem de enviar armas para a Ucrânia, alertando que grandes entregas ocidentais de armas estão inflamando o conflito e vão levar a mais perdas, disse o embaixador de Moscou em Washington.
A invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro matou milhares de pessoas, deslocou outros milhões e aumentou o medo de um confronto mais amplo entre a Rússia e os Estados Unidos --de longe as duas maiores potências nucleares do mundo.
Os EUA descartaram enviar suas próprias forças ou forças da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para a Ucrânia, mas Washington e seus aliados europeus têm fornecido armas a Kiev, como drones, artilharia pesada Howitzer, antiaérea Stinger e mísseis antitanque Javelin.
Anatoly Antonov, embaixador da Rússia nos EUA, disse que tais entregas de armas visam enfraquecer a Rússia, mas estão aumentando o conflito na Ucrânia e minando os esforços para chegar a algum tipo de acordo de paz.
"O que os americanos estão fazendo é jogar gasolina nas chamas", disse Antonov ao canal de TV Rossiya 24. "Vejo apenas uma tentativa de aumentar as apostas, de agravar a situação, de ver mais perdas."
Antonov, que atua como embaixador em Washington desde 2017, afirmou que uma nota diplomática oficial foi enviada a Washington expressando as preocupações da Rússia. Nenhuma resposta foi dada, segundo Antonov.
"Enfatizamos a inaceitabilidade dessa situação quando os Estados Unidos da América despejam armas na Ucrânia e exigimos o fim dessa prática", disse Antonov. A entrevista tem sido repetida na televisão estatal russa durante esta segunda-feira.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o secretário de Defesa do país, Lloyd Austin, visitaram Kiev no domingo.
Eles informaram ao presidente ucraniano, Volodomyr Zelenskiy, sobre o envio de mais de 322 milhões de dólares em novos financiamentos militares para a Ucrânia, elevando a assistência total de segurança dos EUA desde a invasão para cerca de 3,7 bilhões de dólares, segundo uma autoridade dos EUA.