MOSCOU (Reuters) - A Rússia registrou um aumento significativo no número de pessoas que assinaram contratos para ingressar nas Forças Armadas desde o ataque mortal do mês passado a uma casa de shows perto de Moscou, informou o Ministério da Defesa na quarta-feira.
Em um comunicado, a pasta disse que mais de 100.000 pessoas assinaram contratos com as Forças Armadas desde o início do ano, incluindo cerca de 16.000 apenas nos últimos 10 dias.
"Durante as entrevistas realizadas na semana passada em pontos de seleção nas cidades russas, a maioria dos candidatos indicou o desejo de vingar os mortos na tragédia que ocorreu em 22 de março de 2024 na região de Moscou como o principal motivo para a conclusão de um contrato", afirmou o ministério.
Pelo menos 144 pessoas foram mortas em um ataque a tiros em massa e incêndio na casa de shows Crocus City Hall em um ataque que foi reivindicado pelo grupo militante Estado Islâmico.
A Rússia disse, no entanto, que os agressores estavam ligados à Ucrânia - algo que Kiev negou repetidamente e que os Estados Unidos consideraram um absurdo.
A Rússia está contando com um fluxo constante de novos recrutas para as Forças Armadas visando a guerra na Ucrânia, que já está em seu terceiro ano.
O presidente Vladimir Putin ordenou um recrutamento impopular de 300.000 homens em setembro de 2022, mas disse que não há necessidade de outra mobilização obrigatória porque o número de pessoas que assinam contratos voluntários é muito grande.
Cartazes espalhados pelas cidades russas exaltam os soldados que lutam na Ucrânia como patriotas e heróis, e muitos dos que se alistam são atraídos por salários muito mais altos do que podem ganhar como civis.
A Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, vem avançando lentamente nos últimos dois meses, depois que uma contraofensiva ucraniana no ano passado não conseguiu obter ganhos significativos.
O ministro da Defesa, Sergei Shoigu, disse no mês passado que Moscou reforçaria suas Forças Armadas adicionando dois novos exércitos e 30 novas formações até o final deste ano.
(Reportagem da Reuters)