WASHINGTON (Reuters) - Um general de alta patente dos Estados Unidos acusou a Rússia nesta terça-feira de desempenhar um papel desestabilizador na Síria e de agir como "incendiária e bombeira" enquanto uma trégua breve declarada unilateralmente por Moscou em Ghouta Oriental fracassava.
Os EUA e a Rússia estão em lados diferentes da guerra de sete anos e muitos envolvidos, na qual os russos são os principais aliados do presidente sírio, Bashar al-Assad, cujas forças estão sitiando Ghouta Oriental, área rebelada próxima de Damasco.
"Diplomática e militarmente, Moscou se faz ao mesmo tempo de incendiária e bombeira, alimentando tensões entre todas as partes na Síria... e depois servindo como árbitro para resolver disputas, tentando minar e enfraquecer as posições de barganha de cada parte", disse Joseph Votel, general do Exército norte-americano.
Votel chefia o Comando Central dos militares dos EUA. Ele falava em uma audiência do Comitê dos Serviços Armados da Câmara dos Deputados.
Na última semana o Exército sírio e seus aliados sujeitaram Ghouta Oriental a um dos bombardeios mais intensos da guerra de sete anos, matando centenas de pessoas.
Um pedido russo de uma trégua diária de cinco horas, feito nesta terça-feira, não deteve o bombardeio, e moradores disseram que os aviões de guerra do governo retomaram o ataque à região após uma breve pausa.
A Organização das Nações Unidas (ONU) disse estar se tornando impossível acudir os civis ou retirar os feridos e que todos os lados deveriam obedecer um cessar-fogo total de 30 dias exigido pelo Conselho de Segurança da entidade.
Votel disse que a Rússia não conseguiu conter sua aliada Síria.
"Acho que ou a Rússia tem que admitir que não é capaz, ou não quer cumprir um papel para acabar com o conflito sírio. Acho que seu papel é incrivelmente desestabilizador a esta altura".
(Por Idrees Ali e Phil Stewart)