Por Vladimir Soldatkin e Maria Carolina Marcello
MOSCOU (Reuters) - Turquia e Rússia acertaram um acordo de cessar-fogo na região síria de Idlib nesta quinta-feira, disseram seus dois líderes após conversas longas em Moscou para conter um conflito que já desalojou quase 1 milhão de pessoas em três meses.
O presidente russo, Vladimir Putin, ao lado de seu colega turco, Tayyip Erdogan, disse esperar que o acordo leve à suspensão da ação militar no último bastião rebelde da Síria, localizado no extremo noroeste do país.
"Expresso a esperança de que estes acordos sirvam como uma boa base para uma cessação da atividade militar na zona de distensão de Idlib (e) detenham o sofrimento da população pacífica e a crise humanitária crescente", disse Putin.
Erdogan afirmou aos repórteres que a trégua entrará em vigor à meia-noite desta quinta-feira. "Trabalharemos juntos para fornecer ajuda aos sírios necessitados", disse, acrescentando que a Turquia mantém o direito "de reagir a todos os ataques do regime (sírio) em solo".
Rússia e Turquia apoiam lados opostos do conflito sírio de nove anos – Moscou respalda o presidente Bashar al-Assad, e Ancara ampara alguns grupos rebeldes. Nos últimos anos eles firmaram vários acordos de cessar-fogo em Idlib que fracassaram.
Ataques aéreos russos impulsionaram uma ofensiva das forças de Assad em Idlib que desencadearam o que a Organização das Nações Unidas (ONU) diz poder ser a pior crise humanitária até hoje em uma guerra que expulsou milhões de suas casas e matou centenas de milhares.
Mas os militares russos minimizaram diversas vezes qualquer insinuação de uma crise de refugiados e acusaram a Turquia de violar a lei internacional enviando tropas suficientes para Idlib para compor uma divisão mecanizada.
(Reportagem adicional de Orhan Coskun e Tuvan Gumrukcu em Ancara, Andrey Ostroukh e Tom Balmforth em Moscou, Daren Butler em Istambul, Suleiman al-Khalidi em Amã e Gabriela Baczynska em Bruxelas)