KIEV (Reuters) - Moscou e Kiev trocaram novas acusações neste sábado por bombardeios em torno da usina nuclear de Zaporizhzhia, localizada na Ucrânia e sob controle russo, com a comunidade internacional preocupada que conflitos na região possam causar um desastre.
Zaporizhzhia, a maior usina nuclear da Europa, é controlada por forças russas desde o começo de março. Funcionários ucranianos continuam operando-a e, nas últimas semanas, os dois lados trocaram acusações por bombardeios perto da usina.
A empresa nuclear estatal da Ucrânia, Energoatom, disse que soldados russos novamente bombardearam os terrenos do complexo da usina nas últimas 24 horas.
"O dano está sendo avaliado neste momento", escreveu a Energoatom em um comunicado no Telegram.
O ministério da Defesa da Rússia acusou forças ucranianas por três bombardeios no complexo da usina nas últimas 24 horas.
A Reuters não conseguiu verificar o relato no campo de batalha
"Um total de 17 bombas foram atiradas, e quatro atingiram o teto do Prédio Especial No. 1, onde estão armazenados 168 conjuntos de combustível nuclear WestingHouse dos EUA", disse o ministério da Defesa russo em comunicado.
O ministério afirmou que 10 bombas explodiram perto de uma instalação de armazenamento a seco para combustível nuclear usado, e outras três perto de um prédio que abriga combustível nuclear fresco. A pasta disse que a situação de radiação na usina continuava normal.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, disse na sexta-feira que a situação em Zaporizhzhia permanecia "muito arriscada", após dois dos seus seis reatores serem religados à rede, na esteira de bombardeios que levaram a usina nuclear a desconectá-los pela primeira vez na história.
A Energoatom disse na noite de sexta-feira que os dois reatores em funcionamento da usina haviam sido reconectados à rede e estavam novamente fornecendo eletricidade, após terem sido desconectados na quinta-feira.
(Por Max Hunder)