WASHINGTON (Reuters) - Líderes mundiais expressaram choque diante das manifestações violentas que invadiram o Congresso dos Estados Unidos tentando reverter o resultado das eleições presidenciais do dia 3 de novembro, nas quais o democrata Joe Biden saiu vitorioso sobre o presidente Donald Trump, um republicano.
A polícia do Capitólio norte-americano respondeu apontando suas armas e disparando gás lacrimogêneo contra os manifestantes que invadiram o Congresso, pouco depois de alguns dos aliados republicanos de Trump iniciarem a última iniciativa para tentar reverter os resultados.
SUÉCIA
O primeiro-ministro sueco, Stefan Lofven, descreveu em um tuíte o incidente como "um ataque à democracia". "O presidente Trump e muitos membros do Congresso têm responsabilidade significativa pelo que está acontecendo agora. O processo democrático de eleição de um presidente precisa ser respeitado".
REINO UNIDO
O primeiro-ministro Boris Johnson disse no Twitter que as cenas no Congresso dos EUA eram uma "desgraça", afirmando que os Estados Unidos representam a democracia no mundo e que era "vital" agora que houvesse uma transição de poder pacífica e ordeira.
ALEMANHA
O ministro alemão das Relações Exteriores disse que os inimigos da democracia ficariam animados com as cenas de violência no Capitólio dos EUA, e pediu que Trump aceite a decisão do eleitorado norte-americano.
Em um tuíte publicado após manifestantes invadirem a sede do Legislativo norte-americano, Maas afirmou que a violência tinha sido causada por uma retórica inflamada. "Trump e seus apoiadores precisam aceitar a decisão dos eleitores americanos e parar de pisotear a democracia".
RÚSSIA
"Imagens parecidas com Maidan estão vindo de Washington, DC", afirmou o vice-embaixador da Rússia na Organização das Nações Unidas, Dmitry Polyanskiy, no Twitter, em referência aos protestos que derrubaram o presidente da Ucrânia apoiado pelos russos Viktor Yanukovich em 2014.
"Alguns dos meus amigos me perguntam se alguém vai distribuir bolachas para os manifestantes para repetir a manobra de Victoria Nuland", afirmou, citando uma visita de 2013 à Ucrânia, na qual a então secretária-assistente de Estado dos EUA Victoria Nuland ofereceu comida aos manifestantes.
OTAN
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, chamou os protestos violentos em Washington de "cenas chocantes" e disse que o resultado da eleição norte-americana deveria ser respeitado.
ESPANHA
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, disse no Twitter: "Estou acompanhando com preocupação as notícias que estão chegando do Capitólio, em Washington. Confio na força da democracia americana. A nova Presidência de @JoeBiden irá superar esse momento de tensão, unindo o povo americano".
TURQUIA
O Ministério das Relações Exteriores turco emitiu um comunicado expressando preocupação com a violência e pediu calma e bom senso enquanto pediu que seus cidadãos evitassem aglomerações e a região dos protestos.
FRANÇA
O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, disse no Twitter: "A violência contra as instituições americanas é um grave ataque à democracia. Eu a condeno. A vontade e o voto do povo americano precisam ser respeitados".
UNIÃO EUROPEIA
Charles Michel, presidente do Conselho de Líderes da UE, expressou choque diante das cenas em Washington. "O Congresso dos Estados Unidos é um templo da democracia (...) precisamos confiar que os Estados Unidos irão garantir uma transferência pacífica de poder para @JoeBiden".
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse: "Eu acredito na força das instituições norte-americanas e da democracia. A transição pacífica está em seu cerne. @JoeBiden venceu a eleição. Estou aguardo com expectativa para trabalhar com ele como próximo presidente dos Estados Unidos".
VENEZUELA
O ministro das Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, publicou no Twitter: "A Venezuela expressa sua preocupação com os violentos eventos que estão acontecendo na cidade de Washington, nos EUA; Condenamos a polarização política e esperamos que o povo americano abram um novo caminho em direção à estabilidade e à Justiça Social".
(Reportagem de Humeyra Pamuk e Michelle Nichols)