Por David Morgan e Richard Cowan
WASHINGTON (Reuters) - Os democratas encarregados da acusação no processo de impeachment do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, acusado de incentivar seus apoiadores a marcharem e invadirem o Capitólio norte-americano, avisaram o Senado nesta quinta-feira que se ele não for condenado, "pode fazer isso de novo".
Os três primeiros dias do julgamento de impeachment de Trump se focaram nas palavras ferozes dirigidas aos seus apoiadores nas semanas que antecederam o dia 6 de janeiro, enquanto ele afirmava que sua derrota eleitoral para o democrata Joe Biden havia sido resultado de fraude e que a população precisava "lutar" e "parar o roubo".
É altamente improvável que os democratas consigam garantir a condenação de Trump, impedindo que ele exerça um cargo público novamente, já que apenas seis republicanos votaram com os democratas no Senado de 100 membros para continuar com o julgamento.
"Se ele voltar ao poder e isso acontecer de novo, não temos quem culpar senão nós mesmos", disse o deputado Jamie Raskin, que lidera a acusação do impeachment no Senado, fechando os argumentos da acusação nesta quinta-feira.
O também democrata Ted Lieu disse aos senadores que teme o que possa acontecer caso Trump tente se eleger em 2024 e novamente perca.
"Eu não tenho medo de que Donald Trump se candidate novamente daqui quatro anos. Eu tenho medo dele se candidatar de novo e perder, pois ele pode fazer isso de novo", afirmou Lieu.
Os democratas mostraram exemplos das ações de Trump que antecederam a invasão para ilustrar suas intenções quando ele disse aos seus apoiadores para que fossem ao Capitólio e "lutassem como no inferno" enquanto o Congresso confirmava a vitória eleitoral de Biden.