Por Mubasher Bukhari
LAHORE, Paquistão (Reuters) - Um tribunal paquistanês condenou seis homens à morte nesta segunda-feira, em um julgamento coletivo pelo linchamento de um gerente natural do Sri Lanka de uma fábrica de roupas no leste do Paquistão no ano passado, afirmou o promotor público do caso.
Dezenas de trabalhadores enfurecidos na cidade de Sialkot torturaram e mataram o homem em dezembro por conta de acusações de blasfêmia, o que segundo uma autoridade policial aconteceu por causa da retirada de um cartaz que tinha versos sagrados islâmicos.
Cenas filmadas por celular mostram o gerente sendo perseguido até um telhado e espancado com pedaços de pau, arrastado até a rua, despido e incendiado. Um homem que tentava ajudá-lo foi empurrado para o lado, de acordo com as imagens publicadas em redes sociais que chocaram os dois países.
O tribunal antiterrorismo em Lahore, estabelecido dentro de uma prisão de segurança máxima, também condenou outras nove pessoas à prisão perpétua. Uma pessoa recebeu pena de cinco anos, e 72 outros foram condenados a dois anos de prisão, de acordo com o comunicado do promotor.
Oito dos condenados eram menores de idade.
"O sr. DDN Piryantha Kumara, gerente geral da Rajco Factory, em Sialkot, foi assassinado por conta de acusações de blasfêmia pela multidão. Depois, o grupo profanou seu cadáver, e o incendiou", diz a nota.
O tribunal não confirmou imediatamente as condenações. Segundo o promotor, 89 pessoas foram julgadas.
(Reportagem de Mubasher Bukhari)
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447702)) REUTERS AC