Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho, pediu nesta quarta-feira um imediato cessar-fogo no conflito da Ucrânia, ao destacar que o país acompanha o desenvolvimento da situação com "muita tensão" e que o principal objetivo é prevenir e evitar a guerra.
Em sua declaração na ONU, Costa Filho não fez críticas à Rússia --que reconheceu nesta semana a independência de duas regiões rebeldes da Ucrânia-- e destacou que os meios diplomáticos para resolver essa questão ainda não chegaram ao fim.
"Acreditamos que uma solução permanente na Ucrânia deve levar em consideração as preocupações das partes dentro da estrutura de conversas diplomáticas e de acordo com as resoluções do Conselho de Segurança da ONU", disse ele.
"Reiteramos que é necessário um cessar-fogo imediato com a redução do equipamento militar e das tropas no solo", reforçou.
O embaixador afirmou que acredita que a redução da presença militar é "chave para criar a confiança entre as partes e chegar a uma solução sustentável para essa crise".
Após o reconhecimento da independência, a Rússia anunciou o envio do que chamou de tropas de paz para as regiões ucranianas de Donetsk e Luhansk, o que levou a crise a um novo patamar e resultou em sanções ocidentais a Moscou.
Na semana passada, em meio à escalada das tensões entre Rússia e Ucrânia, o presidente Jair Bolsonaro reuniu-se com o líder da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou, e falou em "solidariedade" àquele país. Depois, ajustou a declaração afirmando que a solidariedade é com todos países que querem a paz.
Apesar do ajuste, a fala de Bolsonaro foi criticada pelos Estados Unidos, que tentam evitar uma invasão da Ucrânia pela Rússia.