Por Susan Cornwell e David Morgan
WASHINGTON (Reuters) - O Senado dos Estados Unidos, controlado pelos republicanos, aprovou na madrugada desta quarta-feira as regras para o julgamento de impeachment do presidente Donald Trump, rejeitando os esforços dos democratas para a apresentação de evidências e a realização de depoimentos de testemunhas.
No início do terceiro julgamento presidencial de impeachment na história dos EUA, o principal defensor jurídico de Trump argumentou que a acusação apresentada pelos democratas é um esforço infundado para anular as eleições de 2016, mas um importante parlamentar do partido de oposição disse que há evidências "esmagadoras" de irregularidades.
Trump foi acusado no mês passado pela Câmara dos Deputados, controlada pelos democratas, de abuso de poder e obstrução do Congresso por pressionar a Ucrânia a investigar o ex-vice-presidente Joe Biden, um rival político democrata, e impedir o inquérito sobre o assunto. O presidente nega qualquer irregularidade.
Depois que o presidente da Suprema Corte dos EUA, John Roberts, deu início aos procedimentos, os dois lados começaram mais de 12 horas de disputas orais que duraram até a madrugada desta quarta-feira sobre as regras propostas pelo líder republicano no Senado, Mitch McConnell, para o julgamento.
Os senadores votaram de acordo com as bancadas partidárias, com 53 a 47 para os republicanos, para bloquear quatro emendas apresentadas pelo líder democrata, Chuck Schumer, sobre a apresentação de registros e documentos da Casa Branca, do Departamento de Estado, do Departamento de Defesa e do Gabinete de Administração e Orçamento relacionados às negociações de Trump com a Ucrânia .
Da mesma forma, os senadores também rejeitaram pedidos de intimações para depoimentos do chefe de gabinete interino da Casa Branca, Mick Mulvaney; do ex-assessor de segurança nacional John Bolton; do assessor da Casa Branca Robert Blair; e do funcionário de orçamento da Casa Branca Michael Duffey.
Sob o conjunto de procedimentos revisados às pressas de McConnell para o julgamento, serão 48 horas de argumentos de abertura --24 horas para cada lado-- durante seis dias.
Os argumentos começarão quando o julgamento for retomado, às 15h (horário de Brasília) desta quarta-feira.