Por Jonathan Landay
MCLEAN, Estados Unidos (Reuters) - Uma ampla investigação de inteligência dos Estados Unidos concluiu que é "muito improvável" que um adversário estrangeiro seja responsável pelas condições de saúde causadas pela chamada "síndrome de Havana" que afligiram diplomatas e oficiais de inteligência norte-americanos em todo o mundo, de acordo com informações que tiveram sigilo suspenso na quarta-feira.
A misteriosa síndrome, relatada pela primeira vez por autoridades dos EUA na capital cubana, Havana, em 2016, afligiu diplomatas, oficiais de inteligência e outros funcionários dos EUA em todo o mundo. Os sintomas incluíram enxaquecas, náuseas, lapsos de memória e tonturas.
Cerca de 1.500 casos já foram relatados por agências e departamentos do governo dos EUA, incluindo alguns deste ano.
Sete das 18 agências de inteligência dos EUA conduziram a investigação de mais de dois anos em mais de 90 países, incluindo os Estados Unidos, onde o FBI abriu uma investigação criminal.
A avaliação da Comunidade de Inteligência dos EUA não encontrou nenhuma evidência confiável de que qualquer adversário dos EUA tivesse uma arma ou dispositivo capaz de causar sintomas consistentes com a síndrome.
Como parte da investigação de longa duração, as agências de inteligência dos EUA até consideraram a possibilidade de que extraterrestres fossem responsáveis pela síndrome de Havana, mas descartaram isso, disse um autoridade de inteligência norte-americana em um briefing a repórteres.
"Agências da CI (comunidade de inteligência) avaliam que os sintomas relatados pelo pessoal dos EUA foram provavelmente o resultado de fatores que não envolviam um adversário estrangeiro, como condições preexistentes, doenças convencionais e fatores ambientais", segundo o relatório.
(Reportagem de Jonathan Landay)